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Família Souza transforma pecuária leiteira com união, dedicação e cooperativismo

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Evolução construída dia após dia em família, com conhecimento técnico e apoio da cooperativa

Há cerca de 20 anos, quando Joaquim de Souza e a esposa, Leandra, decidiram tentar a vida na pecuária de leite, a propriedade em Santana do Itararé/PR ainda carregava marcas e incertezas da agricultura feita com trabalho manual. Por algum tempo, o casal conciliou a lida com a lavoura e o trabalho diário fora da propriedade. O leite surgiria, aos poucos, como uma nova oportunidade.

“Essa propriedade aqui era do meu pai. Quando eu casei, minha esposa e eu viemos morar aqui. E começamos a atividade, mas não no leite, começamos com lavoura. Mas naquele tempo era arado de cavalo, tudo manual...”, relembra Joaquim. Havia dificuldades, mas mesmo quando o casal passou a trabalhar em outro lugar, o sítio nunca deixou de ser cuidado.

A virada começou quando um movimento em prol da pecuária leiteira reuniu produtores da região. Joaquim lembra com respeito o papel de um líder local: “O Nivaldo Michetti foi um revolucionário da bacia leiteira aqui em Santana do Itararé”. Foi nesse período que a família iniciou a produção de leite (que era armazenado em um resfriador comunitário, como conta o produtor), e aprendeu os primeiros passos da atividade.

Cooperativismo como motor de evolução
A parceria com a Capal começou há 15 anos, quando Joaquim se tornou cooperado, ainda na Unidade de Wenceslau Braz. Desde então, o produtor destaca que o apoio técnico e a segurança da operação foram fundamentais para crescer na atividade.
 
A esposa, Leandra, lembra que a cooperativa também abriu espaço para o desenvolvimento de toda a família, com os cursos e treinamentos de que ela, o esposo e os filhos participam: “Eu estou no grupo das mulheres, já fiz parte do Programa Florescer, eu e minha nora, algo que foi muito bom para nós. E sempre que posso participo das palestras. Nós vamos lá para aprender e também encontramos outras pessoas, acaba até sendo um passeio”. Assim, para ela, o relacionamento com a cooperativa aproxima e cria novas perspectivas para mulheres e jovens.
 
Do pasto ao confinamento: um salto de produtividade
Há cerca de três anos, a família decidiu apostar no confinamento, construindo um barracão e iniciando uma mudança no manejo do rebanho. “Muitos produtores têm medo de construir um barracão, acha que não é viável. Mas eu fiz e não estou arrependido. O conselho que eu daria a um produtor que está começando é: pode fazer que é viável. Apesar das dificuldades de mercado, o leite nunca vai deixar de ser uma atividade boa no sítio”, afirma o cooperado Joaquim.
 
Desde então, o rebanho evoluiu, e a produtividade deu um salto: de 22 L/vaca/dia para 34 L/vaca/dia, um resultado bastante expressivo. Outro fator que tem impacto na produtividade é a nutrição adequada. “Sobre a dieta, a gente começou no básico bem feito. Eles sempre aderiram bem às recomendações, e com isso a gente colhe um bom fruto. Mas é o “arroz com feijão”, que na pecuária é a base: a silagem. Hoje, com o vagão misturador, a gente consegue também usar feno, que é uma segunda fonte de volumoso, além de outros componentes, como o algodão e a ração”, explica Flávio Augusto Bachman dos Santos, nutricionista animal que atende a propriedade.
 
Ele destaca que outro diferencial é utilizar a automotriz na produção de silagem. “A silagem feita com automotriz tem um aproveitamento melhor, conseguimos aproveitar cerca de 70% do milho, o que permite trabalhar a dieta com mais base na silagem. Com isso, o RMCA, que é a renda menos o custo alimentar, passa a ser conduzido de maneira mais eficiente”, pontua Flávio.

Três ordenhas: mais produtividade, mais organização e mais união
A adoção da terceira ordenha foi a mudança mais recentena propriedade dos Souza . A ideia ganhou força após uma palestra da Capal na Expoagro, em Santana do Itararé, como lembra Joaquim: “Eu pensei, bom, para produzir mais, criação eu não posso comprar. Não tem espaço. O que tem que fazer? Fazer terceira ordenha.”
 
No passado, a tentativa não deu certo porque toda a rotina ficava nas mãos apenas da família. Mas agora, com a contratação de um colaborador e a organização de uma escala, o sistema está funcionando.

“Agora temos um funcionário que está nos ajudando, fizemos uma escala, cada um pegou o seu horário. E estamos tocando o barco. Mas o pontapé foi a palestra da Capal na Expoagro.” Segundo o zootecnista Flávio, a terceira ordenha traz conforto e estimula o consumo de alimentos, o que repercute diretamente na produção: “A terceira ordenha ajuda os animais a serem estimulados a comer mais, deitar melhor, isso aumenta tendenciosamente a produção.”
 
Trabalho em família: a base de tudo
Hoje, Joaquim, Leandra, os filhos Cauã, Deivit e a nora Rafaela trabalham juntos para manter a atividade em constante evolução. A construção do barracão, as mudanças na dieta, a organização da rotina de ordenhas e a participação ativa nas atividades da cooperativa são reflexos de um valor que atravessa gerações: união. Mais de 50 vacas em lactação e uma produção crescente mostram que dedicação, parceria e apoio técnico podem transformar uma pequena propriedade em um exemplo de eficiência.