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Conheça e inspire-se com a história das produtoras Carolina e Rosemere

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No Dia Internacional da Mulher, reportagem do Capal Notícias conta a trajetória de duas produtoras de sucesso, associadas da Capal, que são o braço direito nas propriedades da família

 

De um lado, uma recém-formada em Direito que ‘abriu mão’ da profissão para dedicar-se à produção de leite. De outro, uma estudante, na época com 18 anos, que arriscou tudo para começar na lavoura de café. Mas o que elas têm em comum? A resposta está na reportagem que conta a história das produtoras Carolina Del Bel Povinha, de Santana do Itararé (PR), e da Rosemere de Paula Lima, de Pinhalão (PR). Elas são o coração e o braço direito na propriedade da família. Veja a história de sucesso das associadas da Capal.

Do Direito à pecuária leiteira

Carolina recebeu a reportagem no Sítio São Paulo onde mora com o esposo, Wilson Marques Povinha, e os dois filhos, Stella, 12 anos, e o pequeno Henrique, de oito meses. Com a família reunida à mesa, ela contou como começou com a pecuária de leite e decisão de abdicar da área do Direito, sua formação.

Fazia faculdade na cidade de Araras (SP) – uma cidade com pouco mais de 135 mil habitantes - e foi quando nos conhecemos, em 2003. Ele cursava Agronomia na época. Me formei e nos casamos em 2008. Naquele ano viemos embora para Santo Antônio da Platina onde comecei a trabalhar em um escritório de advocacia e iria começar uma pós-graduação na minha área. Sempre tive contato com os animais, principalmente porque eu participava com o meu marido dos estágios dele.

Dois anos depois, em 2010, surgiu a oportunidade de fazer uma parceria com o produtor Nivaldo Michetti e tocarmos o sítio onde estamos hoje, em Santana do Itararé. Com essa oportunidade, eu não pensei duas vezes porque sempre gostei dos animais. Nivaldo e a família foram embora para o Mato Grosso e nós dois ficamos aqui na propriedade tocando sozinhos.

Trabalho pesado

Eu tinha 27 anos na época. Cuidava da ordenha, acordava às 5 horas da manhã, dava leite para os bezerros, atendia a parte do trato, entre outros trabalhos na leiteria chamada Pecuária Michetti e Povinha. Depois veio a primeira filha, em 2012, e como a nossa família mora longe, eu a levava junto para a ordenha desde bebezinha.

Entramos como cooperados da Capal em 2011 e o apoio que ela nos deu foi fundamental nesse processo. Foi uma parceria que contribuiu bastante.

Mudança

Um dos maiores desafios enfrentados foi a mudança, sempre morei com os meus pais. Me casei e fui morar no sítio para fazer uma atividade diferente. No começo era somente nós dois. Hoje nós temos funcionários e isso foi ajudando, contribuindo e facilitando.

Depois de 12 anos veio o segundo filho e, mesmo assim, quando algum funcionário não comparece, eu sempre estou ali. Hoje eu não consigo me ver fazendo outra coisa, tem que gostar do que faz e não se importar com que a sociedade pensa, sobre eu ter optado pelo sítio. É preciso fazer aquilo que gosta e não ter medo do novo”, finalizou.

‘Braço direito’

O produtor e esposo, Wilson Marques Povinha, comenta que não teria conseguido trabalhar com leite se não fosse o apoio de Carolina. Quando começaram, a propriedade contava com 74 animais e tirava cerca de 900 litros por dia. Hoje o número de vacas aumentou para 270 e 3,5 mil litros de leite/dia.

Na minha formação, todos os companheiros e técnicos que eu conheço queriam trabalhar com leite. Isso é quase 100% que aqueles que tentaram não conseguiram. Acredito que o homem só consegue se a mulher for parceira e foi o que observamos nessa experiência. Quando nos casamos eu viajava muito, passava muito tempo fora de casa trabalhando. Eu não tinha coragem de ter filho por ficar muito tempo fora e ela cuidar sozinha.

A decisão de vir para o sítio foi mais dela do que minha. Ela veio para cá 30 dias antes e, quando eu cheguei, ela já estava dominando a ordenha. Há anos toda a parte administrativa e financeira é toda dela. Nós passamos 24 horas por dia juntos e eu vejo que se o casal não for parceiro não irá conseguir”, disse emocionado.

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Café foi decisão assertiva na vida de uma jovem

Rosemere era estudante do ensino médio e tinha apenas 18 anos quando ela e o marido, José Aroldo de Lima, decidiram que iriam investir na lavoura de café. A trajetória começou em 2007 quando eles plantaram as primeiras mudas. Aos poucos, com o olhar e cuidado feminino dela, a área de plantio expandiu em poucos anos no Sítio Nova Esperança. O casal teve duas filhas, Paula Eduarda, de 18 anos, que mora e estuda no Rio de Janeiro e Emanuelly, de 11 anos, que mora com os pais.

“Meu marido mexia com gado e eu estudava. Nós tínhamos que escolher uma atividade e, como a região tem bastante café, fomos para essa área. Plantamos as mudas e fomos acompanhando todo o processo, fazendo tudo juntos. Foi um sacrifício enorme, mas valeu a pena”.

Evolução

Plantamos em 2007 e colhemos a primeira safra dois anos depois. Vimos o café crescendo, dando flor e acompanhando cada detalhe. Nesse período eu pensei: ‘é isso que eu quero’. O café não é uma lavoura muito fácil, você vai passando por dificuldades e sempre se dedicando. Começamos com 35 mil pés, fomos aumentando e hoje estamos com 70 mil pés.

É uma conquista, eu olho e penso: ‘como eu fiz tudo isso’? E, ao mesmo tempo, eu penso que se fosse começar hoje eu não sei se teria a mesma coragem. É muito gratificante. A nossa primeira filha nasceu quando estávamos plantando e quando veio a segunda foi no período corrido da colheita. Eu não parei em nenhum momento. Fui dando conta de tudo.

A Capal nos ajudou muito nesse crescimento também. Somos cooperados há cinco anos. Eu compro e vendo para a cooperativa e a assistência técnico nos traz confiança e o ganho de tempo.

Força da mulher

As pessoas pensam que mulher é frágil, mas não é. Elas dão conta de tudo, são dedicadas. No café somos mais detalhistas, cuido da parte das doenças, ficamos mais focadas nos detalhes da pulverização, por exemplo”, destacou.

Casal é engrenagem nos negócios

José Aroldo não pensa duas vezes antes de elogiar o apoio que teve de Rosemere desde que os negócios começaram. Ao lado da esposa durante a entrevista, ele destacou a importância de uma mulher estar à frente dos negócios.

 

“Nós crescemos juntos. Somos um conjunto e sozinho não conseguimos fazer nada. Ela é meu braço direito. Nós dois somos uma engrenagem, se um quebrar o outro quebra. Vejo que as mulheres precisam tomar iniciativa e mostrar que dão conta”, destacou.